sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Vereadores do PSD de Monchique impõem acção para perda de mandato do Presidente da Câmara

Os dois vereadores do PSD de Monchique, Algarve, interpuseram uma acção que pode levar à perda de mandato do presidente da Câmara, Carlos Tuta (PS), evocando uma dezena de alegadas irregularidades graves, disse hoje um dos sociais-democratas.A acção, que deu entrada a 17 de Outubro no Tribunal Administrativo de Loulé, requer a perda de mandato do autarca, o mais antigo presidente de Câmara algarvio, que perfaz a 3 de Janeiro 25 anos ininterruptos no poder. "Estávamos cansados de mostrar provas de irregularidades a várias entidades, entre as quais a IGAT [Inspecção-Geral da Administração Interna], e os documentos transitavam de lá para a câmara e da câmara para nós. Não havia fim à vista", disse o vereador António José Santos para justificar a acção. António José Santos sublinhou que uma das irregularidades mais graves diz respeito à alegada atribuição de subsídios irregulares ao clube da terra, a Juventude Desportiva Monchiquense. De acordo com os queixosos, durante o ano de 2006 foram transferidos 74 mil euros para aquela colectividade sem que o Executivo tivesse sido ouvido para tal e portanto por ordem exclusiva de Carlos Tuta. Os dois membros do executivo - em que o PS tem maioria, com três vereadores em cinco - acusam também Carlos Tuta de não ter dado o fim inicialmente previsto a um empréstimo de quatro milhões de euros contraído para fazer estradas rurais, na sequência dos fogos de 2003. A utilização de verbas para fins diferentes dos aprovados e a divisão de duas obras em 14 empreitadas para as fazer dispensar de concurso público são outras das alegadas ilegalidades invocadas. O presidente da Câmara de Monchique dispensou fazer qualquer comentário sobre o processo, adiantando que já fez a sua defesa perante o Tribunal Administrativo de Loulé.

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