A índia da tribo da Amazónia que, em Setembro último, foi extraditada para o Brasil depois de ter pedido asilo político ao Governo português, foi ontem detida novamente pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) quando desembarcava no aeroporto de Lisboa. As amigas de Braga, cidade onde Kaynã Menezes de Pereira viveu, garantem que ela regressou para divulgar a cultura indígena. Mas, segundo o seu advogado, ela não pode entrar no País durante cinco anos."Por favor ajuda esta índia presa no aeroporto de Lisboa." O pedido foi lançado via telemóvel por R. Pereira, uma das amigas de Kaynã, que explicou que esta defensora dos direitos dos índios, de 30 anos, foi detida pelo SEF logo que pisou solo português. "Ela regressou hoje [ontem] para dar continuidade aos projectos sobre os índios que ia desenvolver quando foi extraditada." Já na altura, Natanael, irmão da índia e chefe da tribo Mundurucku, na Amazónia, disse ao DN que a familiar tinha sido "designada pela associação indígena para organizar uma feira internacional em Portugal". E lamentou que as autoridades portuguesas não a tivessem "amparado", porque, se voltasse para o Brasil, "corria risco de morte". Kaynã fugiu há seis anos do país de origem por causa dos conflitos entre a sua tribo e madeireiros e garimpeiros.Ontem, a cidadã contactou o advogado João Araújo que, em Setembro, tomou conta do caso. "Disse-lhe para ligar para a embaixada brasileira para resolver o problema." Até porque, adiantou, "tem contra ela uma ordem de afastamento do território nacional por cinco anos". Na altura, o causídico pediu a revogação da extradição no Tribunal Administrativo de Braga, mas ainda não saiu qualquer decisão. "O mais provável é que ela seja devolvida ao país de origem, pois não tem documentos que revoguem a ordem de expulsão."O DN tentou obter uma reacção do SEF, mas até à hora de fecho desta edição não foi possível obter quaisquer informações sobre o caso.
in DN 20-12-2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
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